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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A ENCRUZILHADA DE CIRO GOMES


Sair candidato a presidente ou concorrer à sucessão de José Serra (PSDB)? Parte da decisão está nas mãos do próprio deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE)


Na próxima quarta-feira, dia 24, representantes de nove partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliados no Estado de São Paulo, reúnem-se com o pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PSB-CE). Na pauta, a tentativa de convencer o deputado federal de que o melhor caminho para ele é a disputa da sucessão do governador José Serra (PSDB). Não será tarefa fácil. Pelo menos se for mantido o tom do programa do PSB que foi ao ar na última quinta-feira, dia 18, em rede nacional de rádio e TV. Apresentando-se como opção de ``Brasil do Futuro``, Ciro resumiu, em dez minutos, o discurso que vem apresentando nos últimos dois meses. Adotando metáforas futebolísticas, marca do próprio presidente, o parlamentar do PSB disse ser muito arriscado o clima de ``Fla-Flu`` partidário. ``Leva o cidadão, o eleitor a votar no partido A, com medo do partido B, e não pelas suas propostas``, disse. Contrário a uma disputa de caráter plebiscitário entre PT e PSDB - tese defendida por Lula e a cúpula petista -, Ciro tenta se mostrar como uma opção de continuidade do governo. Ou seja, por essa linha, a tendência é que Ciro, no encontro daqui a três dias, no mínimo mantenha a posição de adiar o máximo possível a decisão sobre seus rumos políticos - o que o colocaria, cada vez mais, próximo da corrida presidencial. Até aqui, Ciro vem demonstrando que sua única disposição é sair candidato a presidente. Porém, enfatiza que a decisão final é do partido. Interlocutores internos da legenda apostam que, com a exposição e argumentação no programa, Ciro possa crescer até quatro pontos percentuais em relação aos 11% de intenções de votos registrados nas últimas pesquisas eleitorais. E o mais importante: amortecer a pressão exercida pelo Palácio do Planalto, para que a sigla retire a pré-candidatura. Num tom manso, o deputado federal, apesar de poupar Lula de críticas, não economizou alfinetadas aos rumos escolhidos pelo Partido dos Trabalhadores na sucessão presidencial de 2010. Ciro reconhece estar sozinho na disputa. Mas, no estilo de ``antes só do que mal acompanhado``, ele, indiretamente, repudiou a aliança estabelecida pelo PT com o PMDB. ``O PSB sabe, humildemente, que só pode se governar com as alianças, mas acreditamos que as alianças podem e devem ser mais íntegra para que possamos fazer política de qualidade``, finaliza. Pressão O PSB recebe uma pressão forte de aliados, principalmente do PT, para que Ciro desista do plano de comandar o País para tentar disputar o governo do maior colégio eleitoral brasileiro: São Paulo. Sem porta fechada O chefe de Gabinete do Governo do Estado do Ceará, Ivo Gomes, afirmou ao O POVO que o propósito do irmão é ser candidato à Presidência. Mas sem fechar a porta. ``Quem está a serviço de um partido não pode fechar portas. Depois da presidência, a eleição do governador de São Paulo é a mais importante do Brasil``, enfatiza. Nas próximas páginas, cientistas políticos, dirigentes partidários e aliados tentam delinear os próximos passos do pré-candidato Ciro Gomes.
O POVO

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