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sexta-feira, 26 de março de 2010

Declaração de Ciro gera debate


A entrevista concedida pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB) à TV Brasil, na última quarta-feira, destacada na edição de ontem do Diário do Nordeste, repercutiu na Assembleia Legislativa. As declarações do parlamentar, principalmente em relação às articulações que o ex-ministro José Dirceu (PT) vem fazendo nos bastidores da política brasileira, gerou uma enxurrada de críticas ao Partido dos Trabalhadores.

A declaração de Ciro Gomes que mais gerou debate entre os parlamentares, foi a afirmação de que Dirceu em visita ao Ceará, esteve com o governador Cid Gomes, e disse claramente que se Cid apoiasse a candidatura do irmão à presidência da República, ia fazer o PT ir contra ele no Estado do Ceará.

"Isso é jogo baixo, é nojento. Por isso é que a política brasileira é nojenta", afirma o deputado Ely Aguiar (PSDC), responsável pela repercussão das declarações de Ciro.

Ely afirmou que acreditava no afastamento de José Dirceu da política brasileira, mas após a entrevista de Ciro Gomes disse que ficou surpreso ao saber que o petista ainda é um articulador do partido. "Fiquei estarrecido com o que ele (Ciro) colocou. Dirceu não é carta fora do jogo e está percorrendo vários estados brasileiros fazendo ameaças aos governadores, colocando os governantes no canto da parede", ressalta.

Denunciados

O deputado fez questão de lembrar que José Dirceu, assim como outros petistas, foram denunciados por participar de um dos maiores esquemas de corrupção no Congresso Nacional, o mensalão. "Por isso que o povo não acredita na grande maioria dos políticos. Não sei por que Dirceu ainda está em liberdade", ponderou.

O fato de Dirceu estar tentando pressionar o governador Cid Gomes, segundo afirma Ciro, para o deputado Fernando Hugo (PSDB), é extorsão eleitoral, o que segundo ele, não acontecia nem na época do coronelismo. De acordo com Fernando Hugo, Dirceu nunca deixou a política e atualmente é o condutor da campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência do País.

Para Moésio Loiola (PSDB), Ciro Gomes colocou todos os petistas "para escanteio" ao anunciar a sua candidatura e rejeitar uma disputa ao Governo de São Paulo, e que atualmente, o deputado federal cearense guarda respeito apenas ao presidente Lula.

Os petistas Artur Bruno e Rachel Marques saíram em defesa do PT. Ambos refutaram a possibilidade de o PT estar fazendo qualquer tipo de ameaça, deixando claro que a intenção do partido é seguir unido com o PSB. "Não existe ameaça por parte do PT, ou por parte do Dirceu, ou da nossa direção e dos parlamentares ao governador Cid", disse Rachel.

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