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segunda-feira, 22 de março de 2010

PSDB faz eventos com os filiados


Os diretórios estaduais e municipais do PSDB estão recebendo treinamento, de um grupo indicado pelo comando nacional da sigla, sobre os projetos e ideias lançados pelo partido quando esteve no Governo Federal e mesmo nas administrações estaduais do País. O diálogo, que visa fortalecer o discurso da agremiação para a eleição que se aproxima, revela, contudo, a ausência de um alinhamento discursivo e argumentativo entre os diretórios de diversos pontos do País e a pressa da cúpula tucana em difundir essas informações, na véspera da eleição.

Desde o fim da década de 1990, passando pela derrota na disputa pela presidência da República em 2002, o PSDB vem passando por um processo de diminuição do número de filiados e representantes com mandatos eletivos, que acaba se refletindo neste problema que a executiva nacional tenta corrigir neste momento.

No caso do Ceará, por exemplo, o partido vem, sistematicamente, perdendo postos, sobretudo da eleição do ano 2000 para cá. O grupo, que já chegou a ter 119 prefeitos eleitos (Somados os do PSDB com os do PSD, legenda alternativa que atuou na eleição de 2000), comanda hoje 54 prefeituras, sendo apenas uma (Crato) entre os maiores municípios do Estado, e pode ver a sua bancada de 14 deputados estaduais na Assembleia cair pela metade, na previsão dos próprios tucanos, depois da próxima eleição.

Correndo atrás do prejuízo, a intenção do tucanato agora é difundir os programas sociais implementados pelo Governo Fernando Henrique e reforçar a importância da estabilidade monetária do País iniciada no governo tucano.

Para além disso, os seminários pretendem rebater as críticas constantes que membros do PT têm feito ao tucanato, sobretudo com relação ao processo de privatizações do Governo FHC e à dependência do País ao Fundo Monetário Internacional, no fim da década de 1990.

Essa é a justificativa do deputado federal Raimundo Gomes de Matos, que preside a fundação Teotônio Vilella, braço de formação política do partido, no Ceará. Segundo ele, há uma grande preocupação na cúpula do partido em reforçar o contraponto ao discurso do PT, além de apresentar os problemas do Governo Lula.

Matos reconhece que faltou ao partido, depois que deixou a presidência, um alinhamento em termos de posicionamentos entre a direção nacional e os diretórios locais, o que acabou enfraquecendo o discurso. "Na década de 2000 o partido deixou muito a desejar neste quesito. Não fizemos um contraponto eficiente ao discurso de crítica que o PT nos fez", lamentou.

Gomes de Matos quis dizer que a defesa do partido ficou restrita à cúpula tucana e não chegou até a militância, como enfatizou assumindo a culpa por também não ter agido de forma "adequada". Ele assegura, entretanto, que os avanços que o PSDB deu ao País em sua gestão, serão, agora, eme 2010, mostrados com mais clareza.

O deputado estadual Fernando Hugo também lamenta que o PSDB no Brasil tenha feito uma oposição "light" e "discreta", em nível nacional, contra o Governo do presidente Lula.

"Não fizemos uma oposição forte. O escândalo do Mensalão, por exemplo, merecia uma ação mais enérgica da bancada federal tucana para que se efetivasse uma CPI que descobriria, sem dúvida, muito mais corrupção", disse o parlamentar.

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