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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os obstáculos que restam para Cid


Sem adversários que possam ameaçar a sua reeleição, Cid tem de "desatar nós" dentro de sua própria aliança

Mesmo sem praticamente ter adversários pela frente na busca pela reeleição, o governador Cid Gomes (PSB) ainda acumula problemas de caráter tanto político como administrativo, que terão de ser desatados para garantir a tranquilidade no próximo pleito.

Para alguns desses desafios, o governador precisará encontrar soluçõesrápidas. E esta semana tende a ser decisiva. Hoje, por exemplo, ocorre a tão esperada reunião entre ele e a prefeita Luizianne Lins (PT), e os respectivos secretariados, para tentar dar fim à polêmica em que transformou a construção de um estaleiro no Estado. Já no próximo sábado, o PT realiza seu encontro estadual, um dos mais importantes fóruns de decisão do partido. Entre as posições que devem ser homologadas, a de que o partido terá candidato ao Senado - no caso o ex-ministro da Previdência Social, José Pimentel -, que quer continuar com a vaga de vice na chapa ao Governo e que não aceita compartilhar com o PSDB o palanque de Cid.

Nesse cenário, o governador é pressionado a escolher e anunciar quem serão seus dois candidatos ao Senado, encontrar um vice que não lhe traga problemas, além de desatar um nó ainda maior, que interfere nos dois primeiros: conciliar, em uma mesma aliança, PT e PSDB, partidos historicamente rivais.

Aliança
Se, por um lado, um amplo arco de alianças proporcionou tranquilidade administrativa para os primeiros três anos e três meses da gestão, por outro, essas forças deverão cobrar do governador, em escala proporcional, apoio para espaços políticos considerados estratégicos.

Os mais cobiçados são as duas vagas para o Senado a serem preenchidas nas próximas eleições. Para uma delas Cid já assegurou apoio à candidatura do deputado federal Eunício Oliveira (PMDB). Já para a outra a escolha não deverá ser nada fácil, tendo em vista que os outros dois candidatos serão, ao que tudo indica, o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o ex-ministro da Previdência Social, José Pimentel (PT).

Cid mantém com Tasso uma relação que vai para além da política, já chegando inclusive a classificá-lo como ``maior político vivo do Ceará``. Tasso, por sua vez, já defendeu que Cid merece ser reeleito e afirmou que ambos são fruto de uma mesma matriz política. Sem ligar para esses vínculos políticos e de amizade, o PT pressiona Cid a se afastar do tucano e apoiar a candidatura de Pimentel. Para reforçar essa pré-disposição dos petistas, foi aprovada ainda, no último dia 29 de março, uma resolução afirmando que o partido terá candidato ao Senado.

E para dificultar ainda mais a situação já delicada em que o governador se encontra, o PT também defende o direito de continuar com a vaga de vice na chapa de Cid, que deverá postular reeleição. Quadro que se agrava ainda mais na medida em que correntes do PT defendem que o companheiro de Cid Gomes na disputa eleitoral que se aproxima não seja mais o professor Francisco Pinheiro. Entre os cotados, o ex-coordenador de Articulação da Prefeitura de Fortaleza, Waldemir Catanho, considerado o braço direito da prefeita Luizianne Lins. Por conta dessa possibilidade, Catanho se desincompatibilizou da gestão municipal no último 31 de março.

Resistência
Cid, entretanto, deverá apresentar resistência ao nome do ex-assessor de Luizianne. Motivos não faltam. Além de deixar de ter ao lado um importante aliado - que em nenhum momento atrapalhou seus planos de governo - Cid deixará uma porta aberta para que Luizianne possa disputar o Palácio Iracema em 2014.

Isso porque o atual governador do Estado caso reeleito, poderá abandonar a gestão em abril de 2014 para concorrer ao Senado, deixando por oito meses oExecutivo nas mãos do vice que vier a ser escolhido.
O POVO

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