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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Petistas estimulam a disputa no partido


Três nomes do PT, representando igual número de tendências, querem ser escolhido vice de Cid Gomes

O primeiro fim de semana do mês de abril trouxe, para a disputa eleitoral de 2010, uma nova fase. Passado o fim do prazo de desincompatibilização para os ocupantes de cargos públicos que pretendem se submeter ao voto popular em outubro vindouro, as atenções ficarão mesmo voltadas para as articulações políticas propriamente ditas, que respeitam à formação das chapas e conchavos eleitorais, destacando-se a escolha do candidato a vice-governador na chapa de Cid Gomes (PSB).

Se até então, pouca, ou nenhuma, definição havia sido externada, até por prudência dos agentes políticos, agora não há mais tempo para protelações e os palanques vão mesmo é começar a serem formados.

A primeira, e mais aguardada no Estado, deve ser a decisão de candidatura à Presidência da República do deputado federal Ciro Gomes (PSB), pela qual passam diversas das definições políticas no Ceará.

Mesmo sendo da base aliada do presidente Lula, o PSB, de Ciro e do governador Cid Gomes, tem em sua órbita, em alguns estados, partidos de diversas matizes com é o caso do PSDB, aqui no Ceará, e, portanto, a resposta de Ciro, influenciará várias correntes no Estado.

No cenário nacional, é dada como quase certa a decisão de não sair candidato a presidente do deputado cearense, menos por vontade sua, mais pela articulação petista que, aos poucos, minou qualquer possibilidade de aliança partidária com Ciro Gomes, retirando-o do caminho de Dilma Rousseff. No Ceará, entretanto, ainda há quem acredite que ele será candidato.

Para tentar concorrer a uma vaga de senador pelo Ceará, o deputado federal José Pimentel deixou o Ministério da Previdência Social do Governo Lula. Esta é uma das indefinições que ainda estão por ser resolvidas, pois há resistências dentro da aliança PT-PSB-PMDB ao nome de Pimentel, visto que a prioridade seria para Eunício Oliveira (PMDB), conforme teria ficado combinado na eleição de 2006.

Outro impasse a ser resolvido na única chapa que está definida em disputará o governo, é a indicação do candidato a vice-governador na chapa de Cid. Dois petistas se desincompatibilizaram para colocarem os nomes à disposição: Waldemir Catanho, secretário de Articulação Política da Prefeitura de Fortaleza; e Joaquim Cartaxo, ex-secretário de Cidades, do Governo do Estado. Eles se juntarão à Francisco Pinheiro, o atual vice governador, que tem a preferência do chefe do Executivo.

Decisão

Na escassez de definições políticas, como ficou demonstrado, o prazo de desincompatibilização trouxe uma afirmação: Roberto Pessoa (PR), prefeito de Maracanaú, que tinha colocado seu nome como opção para bater chapa com o governador Cid Gomes, continua prefeito, consequentemente não disputará qualquer cargo eletivo este ano.

Ciente da realidade local, em que partidos antagônicos como PT e PSDB estão com o governador, Pessoa buscou nos comandos nacionais das legendas, uma guarida eleitoral, a qual não encontrou. Está, fatalmente, fora da disputa.

A respeito disso, comentou-se entre PR e PPS, as siglas que estão alinhadas contra o governador, que haverá outro candidato, que não Roberto, embora nem eles mesmos tenham um nome que possua desenvoltura para tanto. "O presidente do Partido, o doutor Lúcio (Alcântara) disse que teriam um candidato, mas não nos foi passado quem seria", relatou o deputado estadual Vasques Landim (PR).

Parlamento

Este é o momento outrossim em que, recompostas nas suas formações quase originais, assim como a população decidiu, as casas legislativas, que recebem de volta os deputados que deram contribuições no Executivo, passam a respirar o clima da eleição e isso ficará provado até na intervenção dos parlamentares na tribuna da Casa.

À Assembleia Legislativa, retornaram Marcos Cals (PSDB), Mauro Filho (PSB) e Ivo Gomes (PSB) que tentarão voltar ao Legislativo Estadual no ano que vem. Retornou ainda João Ananias (PCdoB), que buscará vaga de deputado federal.

Diversos nomes que estavam exercendo funções públicas também deixaram seus postos para tentar eleição como o vice-prefeito de Fortaleza, Tin Gomes (PHS), o secretário de desenvolvimento Agrário do Estado, Camilo Santana; Antônio Bahlmann, que estava à frente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece) e Sérgio Novais que comandava a Companhia Docas do Ceará e atualmente é presidente do PSB de Fortaleza.
DIÁRIO DO NORDESTE

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