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segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Área social de Cid deixa a desejar"


Mesmo de volta às boas com o governador Cid Gomes (PSB), a senadora Patrícia Saboya (PDT) não poupou críticas à área social do Governo do Estado, que, para ela, ``tem deixado a desejar``. Em entrevista ao programa Coletiva, da TV O POVO, que foi ao ar na noite de ontem, ela afirma que gostaria de ``ver coisas inovadoras acontecendo``, por exemplo, para retirar jovens das drogas.

A senadora afirmou que ``não consegue entender como os governos não enxergam`` que é por meio dessa área que se pode tirar as crianças do mal que atinge as famílias, como ``esse maldito crack``. ``No Interior do Ceará, em qualquer lugar tem uma boca de fumo onde os meninos vão procurar droga. Por quê? Porque não existe outra opção``.

De acordo com ela, para a pobreza só sobram ``políticas sociais pobres``. A senadora atestou que não adianta tratar dependentes químicos com os atuais Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Ela sugeriu que, se o Governo não puder construir clínicas especializadas, que se instituam ``bolsas`` para custear o tratamento de jovens dependentes em clínicas.

Outro ponto citado por ela foi o combate à exploração sexual de crianças, bandeira que tem levantado no Senado. ``O Ceará - e a capital Fortaleza -, é um dos estados mais perversos com relação a isso. E você não vê o trabalho concreto, diário, permanente``, disse.

Apesar das críticas, Patrícia pondera que o Governo Cid tem melhorado a educação, em especial nas séries iniciais. Patrícia também defendeu a atual administração na área da segurança pública, um dos mais atacados da atual gestão. ``Há um esforço pessoal do governador Cid``.

Pazes
A senadora fez as pazes com o ex-cunhado. As relações estavam estremecidas desde 2008, quando Cid resolveu apoiar a candidatura à reeleição da prefeita Luizianne Lins (PT) em detrimento da de Patrícia. ``Foi a mesma coisa de você estar do lado oposto do seu irmão``.

O encontro ocorreu há cerca de um mês na casa de Patrícia. Na ocasião, ela expôs para Cid o desejo de sair candidata à reeleição, mas afirmou que não pediu o apoio dele, por considerar não ser hora de pressionar o governador.

Para ela, esse tipo de pressão foi o que gerou um desgaste entre PT e PSB. ``Cada partido tem seu prazo. Quem estiver com pressa que parta na frente``, disse a senadora provocando PT, um dos principais aliados do governador. ``Ou então tome Maracugina, como recomendou o deputado Ivo (Gomes).``

Cadê oposição?
Apesar de dizer que torce pela reeleição de Cid e que não há quadro no Ceará que supere o atual governador, Patrícia critica a falta de oposição para enfrentar Cid nas eleições de outubro. ``Não acho bom para o Ceará. Não acho bom para o Governo do Cid, que a gente não tenha um oposição, que a gente não tenha opções para a gente votar em outras pessoas``.

Isso porque, segundo ela, cria acomodação para os governos. ``Uma certa acomodação da própria população, porque fica sem interlocução. Vai procurar quem?``

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