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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cid deverá exigir que PT escolha entre vice e Senado

Apesar de já admitir que o PT vai mesmo lançar o deputado federal José Pimentel ao Senado, o governador Cid Gomes (PSB) não aceita que o PT ocupe duas vagas na chapa majoritária. Os petistas desejam, além de uma das duas vagas de senador, manter também o posto de vice-governador, que já ocupa atualmente. O POVO apurou que, em conversas reservadas, Cid tem deixado claro que o PT precisará escolher.


Cid bate de frente, assim, com a resolução do PT estadual, que reivindica as duas posições na chapa majoritária, e que foi reafirmada pela direção petista, em reunião na última segunda-feira. Naquele dia, Luizianne Lins, prefeita de Fortaleza e presidente estadual do partido, afirmou que quem estiver achando que o PT tem uma ou outra prioridade - Senado ou vice - “está falando da boca para fora”, já que, segundo ela, “o PT não vai abrir mão nem da vice, nem do Senado”. Em 2006, coube a ela indicar o atual vice de Cid, Francisco Pinheiro (PT). Hoje sem manter a mesma boa relação com ele, a prefeita trabalha para indicar Waldemir Catanho para a mesma posição.


Conforme O POVO mostrou ontem, Cid admitiu em público, pela primeira vez, a existência de três candidaturas ao Senado – sinalizando, portanto, a existência de espaço para a candidatura de Pimentel. O governador apenas declarou apoio ao deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) e, para a outra das duas vagas existentes, pretendia negociar com Tasso Jereissati (PSDB), garantindo que houvesse apenas dois candidatos.


A declaração de Cid aparece em um momento de reviravolta no cenário político, a partir do racha do PSDB com o Governo do Estado.


Se antes o apoio do governador a Pimentel era ameaçado pelo flerte entre PSB e PSDB - partido que tem Tasso como pré-candidato ao Senado -, agora, a candidatura encontra um caminho sem o PSDB como obstáculo.


Prioridade

Apesar de a presidente do partido demonstrar disposição para brigar pelas duas vagas, afirmando que o partido não vai abrir mão nem de uma coisa, nem de outra, o atual discurso entre outros petistas sinaliza para o Senado como prioridade para o PT – no cenário de o PT vir a ser obrigado a abrir mão de uma das duas vagas.


Não se percebe, nos discursos petistas, uma defesa tão veemente quando se referem à candidatura a vice. O líder do PT na Câmara Municipal, Ronivaldo Maia (PT), chegou a afirmar ontem que “nós vamos debater a questão da vaga de vice mas, para nós, irreversível é nossa candidatura para o Senado”. Para se ter uma ideia do quanto é forte o discurso petista em defensa da candidatura ao Senado, o líder de governo de Luizianne na Câmara, Acrísio Sena (PT), denominou como “inegociável” a candidatura de José Pimentel. Segundo Acrísio, o discurso menos enfático em defesa da vaga de vice se deve às indefinições que ainda existem acerca do assunto.

O POVO

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