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domingo, 20 de junho de 2010

Nova estratégia de fortalecimento


O governador Cid Gomes (PSB), pessoalmente, comandou três encontros regionais do seu partido, no Interior do Estado (no Cariri, na Zona Norte e no Maciço de Baturité), ouvindo os correligionários sobre a posição da agremiação, no processo sucessório estadual. O compromisso dele era iniciar o ciclo de conversas com as lideranças dos demais partidos que poderiam formar no arco de aliança, patrocinando a chapa que liderará, na disputa deste ano, respaldado, simbolicamente, pelo PSB.

O PSDB, maior partido do Estado, sempre esteve nos planos do governador de formar na aliança. E a manifestação do PSB, tanto aprovando a ideia de inclusão dos tucanos no grupo de partidos da coligação, quanto dando autonomia para que o próprio Cid conduzisse os entendimentos, era a força que ele precisava para dizer ao PT local, como já dissera ao presidente Lula, que na chapa majoritária que encabeçará só há uma vaga para indicação dos petistas que é a de vice-governador.

A irresignação dos tucanos, externada no último dia 17, com o anúncio de que teriam candidato a governador, fez nascer uma nova estratégia para fortalecer o governador no quadro atual da política cearense e o enfrentamento à pretensão petista de indicar o candidato a vice-governador e um candidato ao Senado.

Advertência

O "manifesto aos cearenses", de responsabilidade de 14 partidos políticos, excluído o PT, se pode ser visto como uma tentativa de reaproximar tucanos e Governo, quando convida "as demais forças político-partidárias cearenses a aprofundar o diálogo, com vistas à construção de um plano de Governo para o Ceará e ao desenho completo das chapas majoritárias e proporcionais, de forma franca e aberta", também pode ser interpretado como uma advertência ao PT quando afirma que "interesses outros, ainda que legítimos, não devem se opor ao melhor rumo que merece o povo cearense".

Esse manifesto outra finalidade não tem, senão a de fato dizer aos petistas que todos os partidos estão afinados com a posição do governador de que ao PT só caberá de fato a indicação do candidato a vice-governador, ficando a segunda vaga para a disputa ao Senado (uma é do deputado Eunício Oliveira) para ser definida a critério do governador compatibilizando com os interesses da aliança.

Como o PT vai administrar essa situação é a grande icógnita. As lideranças do partido, em um quadro de normalidade, não têm mais caminho de volta quanto indicar o nome do deputado José Pimentel ao Senado, contra quem o governador, e agora também seus aliados podem até não ter nada de pessoal, mas decididamente, pelas manifestações públicas e nos bastidores, não o aceitam na chapa majoritária.

Tucanos

Até ontem, os deputados estaduais do PSDB ainda não tinham recebido qualquer confirmação do anúncio, amanhã, do candidato do partido ao Governo do Estado, como foi anunciado pelo presidente estadual da agremiação, no último dia 10, após uma reunião do senador Tasso Jereissati com prefeitos e outros tucanos cearenses.

Atônitos, os parlamentares do PSDB estão sempre a buscar informações sobre as articulações do próprio partido com jornalistas que fazem a cobertura política, uma demonstração inéquivoca de isolamento. Reservadamente, alguns deles fazem questão de dizer que não têm nome para a disputa, a não ser o próprio senador Tasso Jereissati, que descarta a possibilidade de voltar a disputar o Governo sob a alegação de se oferecer opções novas ao eleitorado cearense, discurso que proferiu para os próprios deputados e prefeitos do partido.
DIÁRIO DO NORDESTE

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