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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Em três atos de campanha, Cid não pede voto para Dilma


Passados três dias de campanha eleitoral, a empreitada da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), ainda não obteve visibilidade nos movimentos eleitorais de seu principal apoiador no Ceará: o governador de Cid Gomes (PSB), que está em campanha pela reeleição.

Da última terça-feira até hoje, O POVO acompanhou três dos primeiros atos de campanha de Cid. Em nenhum deles o governador pediu votos para Dilma Rousseff. Nos eventos, Cid tem se movimentado explicitamente a favor das candidaturas de Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), que disputam assento no Senado Federal. Um pedido de voto, um elogio ou uma simples citação para Dilma Rousseff, porém, ainda não saiu da boca do governador nos primeiros contatos com o eleitorado cearense.

O irmão de Cid, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), era pré-candidato à Presidência da República, mas o sonho de voltar a concorrer ao Palácio do Planalto foi abortado pela direção nacional do PSB, que preferiu apoiar Dilma.

Ontem pela manhã, o governador foi ao Centro de Turismo de Fortaleza (Emcetur) acompanhado de Pimentel e Eunício.

Na véspera, na noite da última quarta-feira, em visita ao município de Itaitinga, o governador chegou a discursar, com microfone e caixa de som, mas, novamente, sem pedir votos para Dilma. No primeiro dia de campanha, durante visita ao Mercado Central, os pedidos de voto para Dilma também não ocorreram.

No fim de junho, na convenção do PSB com os partidos que homologaram apoio formal à sua reeleição, Cid também não falou de Dilma. Mais tarde, questionado por jornalistas, o governador-candidato disse que se tratara de esquecimento seu.

Diferença
A situação é bem diferente da de quatro anos antes, quando Cid usou amplamente a imagem e o nome de seu candidato à Presidência: Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na época, Cid era apresentado nas caminhadas como “irmão do Ciro e candidato do Lula”. O próprio hoje governador chegou a dizer que, em suas andanças, a primeira coisa que lhe perguntavam era se ele votava em Lula, senão não queriam conversa.

Ontem, a comitiva de candidatos visitou cada um dos boxes da Emcetur, distribuindo abraços, sorrisos e pedindo, claro, “ajuda” (leia-se votos) das pessoas. Cid liderou a caminhada e, a cada abordagem, apresentou Eunício e Pimentel, avisando aos cidadãos que aqueles são seus candidatos ao Senado.

A única menção a Dilma foi ao ser questionado pelo O POVO sobre a polêmica em torno do plano de governo que Dilma entregou à Justiça Eleitoral. Cid defendeu a petista dizendo que é curto o prazo entre as convenções eleitorais e a entrega da documentação ao TSE. Segundo ele, Dilma não deixou de ler o documento, mas, em função do curto prazo, não teve tempo para fazer um plano de governo em conjunto com os demais partidos coligados.

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