O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Cláudio (PSB), confirmou, ontem, que está sendo feito um estudo para definição das necessidades de servidores em alguns espaços daquele Poder, a fim de anunciar a realização de um concurso público.
Embora a necessidade de promover o concurso público já houvesse sido tratada em reunião da Mesa Diretora do Legislativo, o anúncio feito ontem ocorreu logo após um pronunciamento do deputado Heitor Férrer (PDT), criticando o excesso de terceirização no serviço público por falta de concurso, inclusive na Assembleia.
Roberto Cláudio ainda não sabe informar para quais cargos e o número de vagas a serem ofertadas, pois ainda está sendo feito um levantamento sobre a quantidade de servidores que o Legislativo cearense necessita. Ele garante que até o fim do mês de junho terá todas essas informações.
Serviços
Segundo ele, o Departamento de Recursos Humanos da Assembleia já iniciou o estudo nos setores da Casa. Na primeira semana de março, o presidente já havia informado que estava sendo realizado um levantamento da eficiência e funcionamento dos serviços da Casa.
O intuito é checar a administração de cada um dos órgãos, o pessoal e o custeio do Poder Legislativo. Mas não apenas isso, esse estudo, destaca Roberto Cláudio, também vai especificar a missão, o objetivo, as ações e projetos de cada setor que forma o Legislativo.
Desde já, o parlamentar esclarece que não haverá concurso para todos as áreas, apenas para carreiras que exigem conhecimento técnico e perfil qualificado. Ele explicou ainda que haverá seleção pública para estagiários, mas também não mencionou a quantidade de vagas e quais cursos serão convocados.
No caso dos estagiários, Roberto Cláudio, disse que será ofertado cursos em educação política para despertar nos estudantes o interesse pela área.
Nepotismo
Antes, o deputado Heitor Férrer tinha ido à tribuna sugerir a adoção de concurso público na Assembleia. O deputado disse que nunca foi tão procurado por pessoas que querem permanecer na Assembleia ou serem empregados na Casa. "O ultimo concurso público feito na Assembleia foi em 1980, há 31 anos. Precisamos na Casa de servidores efetivos, capacitados e competentes", reivindicou. Férrer deixou claro não ser contra a terceirização, mas desde que não seja algo abusivo.
O deputado leu trechos de um artigo publicado no Diário do Nordeste, recentemente, denunciando o uso abuso das terceirizações e o aproveitamento dessa prática para a concretização do nepotismo
Ele prometeu apresentar um requerimento pedindo ao Governo do Estado que informe o número de terceirizados no Executivo estadual, apontando que somente na Cagece há três terceirizados para um servidor. O deputado citou ainda os tribunais de contas como os que abusam da terceirização.
Para o deputado Stanley Leão (PTC), a terceirização é um advento da estrutura moderna da administração pública. "Sou a favor da terceirização, mas pautado com responsabilidade. A terceirização exagerada é prejudicial para a máquina pública", argumentou.
O deputado José Albuquerque (PSB), primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia, diz ser a favor de concurso público para o Legislativo, mas não para todos os cargos. Ele cita como exemplo quem trabalha nos gabinetes dos deputados, que são pessoas de confiança dos parlamentares.
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