Ficar de fora da reunião entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e lideranças dos partidos que compõe a base aliada do governo deixou membros do PDT indignados. No diretório regional do partido no Ceará a situação não é diferente.
Presidente de honra da legenda no Estado, Flávio Torres afirmou que o PDT “foi posto para fora da base aliada. Na hora em que você faz a reunião da base e não convida o partido, você está dizendo que o partido não faz parte da base.”
Torres classificou como “destrato” e “desrespeito”, para com o partido, a atitude do governo. Radical, ele defende que o PDT devolva o Ministério do Trabalho, ocupado pelo ministro Carlos Lupi. “Não podemos moldar nosso comportamento e opiniões para manter emprego de ninguém”, disse.
Por sua vez, a deputada estadual Patrícia Saboya afirmou que considera a atitude um “absurdo”, e que entende como uma “punição” pela a ocasião da votação do mínimo, quando parlamentares pedetistas votaram contra o governo. “É absurdo, até porque o próprio PT teve gente que votos contra o governo em sua base e nada foi feito”, defendeu.
Para a parlamentar, não é desta maneira que se “faz política. Não é assim que um partido se impõe. Não somos qualquer um. Somos um partido de história”, afirmou. Sobre a opinião de Flávio Torres, de que o partido deve devolver o Ministério, Patrícia afirmou que não sabe avaliar se essa é a “melhor saída”, mas considera Torres a pessoa com quem “mais se identifica no partido”. “Se ele disse isso, ele tem toda razão em dizer, já que o partido não foi respeitado”, concluiu.
Aliança que segue
Segundo Figueiredo, o desgaste político se limita entre a “coordenação de Dilma” e o líder de bancada do PDT na Câmara, deputado federal, Giovani Queiroz (PA), que na ocasião da votação do mínimo votou contra o Governo e se “exaltou bastante” em seu discurso. Contudo, o deputado advertiu: “No momento em que nós vermos que o governo está indo contra os princípios que defendemos, sairemos. Mas não por uma questão pontual, na votação do salário”. Segundo ele, seria “cômodo desembarcar agora”, mas o partido estaria prestando um “desserviço ao Brasil”.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Enquanto no Ceará alguns membros do PDT propõem medidas “radicais”, como a devolução do Ministério do Trabalho, em Brasília, cúpula do partido e governo já minimizam os danos da dissidência
SAIBA MAIS
A tensão entre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e o PDT teve início durante a votação da aprovação do salário mínimo, na Câmara Federal.
Na ocasião da votação, dos 27 parlamentares que compõe a bancada do PDT, 16 ficaram do lado do governo, e apoiaram o mínimo proposto de R$ 545.
Os outros nove deputados restantes defenderam e votaram na proposta de R$ 560. Assim, o PDT se tornou o partido com maior percentual de “traição” ao governo.
Na última quarta-feira todos os partidos que compõe a base aliada do governo foram convidados para uma reunião com Dilma. O PDT não foi chamado.
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