Assim como o PMDB, as articulações do PSB no Ceará também passam pelo plano nacional. Após a saída do deputado Ciro Gomes (PSB) da corrida presidencial, o PSB nacional também coloca na mesa de negociações os entraves das alianças nos estados- entre eles no Ceará - para fechar apoio à pré-candidatura da petista Dilma Rousseff.
O POVO mostrou ontem que a disputa para o Senado no Ceará tem sido um dos obstáculos para a confirmação da aliança nacional entre PT e PMDB. No foco, os deputados federais Eunício Oliveira (PMDB) - já confirmado para a primeira vaga na coligação em torno da reeleição do governador Cid Gomes (PSB) - e José Pimentel (PT), que busca a segunda opção.
No caso de Cid, ainda está em jogo a proximidade com o PSDB, que compõe sua base de Governo e tem o senador e pré-candidato à reeleição, Tasso Jereissati (PSDB).
Interlocutores do governador, no entanto, alegam que Cid vai buscar protelar essa decisão ao máximo, já que ele não tem interesse de causar divisão na base aliada agora. “Ele quer agora divulgar as obras da sua gestão”, avalia uma fonte, que não quis se identificar.
Líder do Governo, mas deputado do PT, Nelson Martins, reconheceu o peso nacional nas negociações no Ceará, mas alega que isso é “natural” nas coligações e que não se trata de “negociata”. “O PSB vai dizer: ‘Olha Dilma, a gente vai lhe apoiar, mas a gente quer primeiro resolver as pendências nos Estados’”.
Presente à reunião da última quarta-feira da Executiva estadual do PSB, o deputado Roberto Cláudio (PSB) justificou que o que o governador não quer é deixar que a política atrapalhe a administração.
Segundo o deputado, na hora “adequada”, Cid vai tomar as decisões. Ele defendeu que cada partido tem o seu tempo. “Mas o governador tem compromisso, lealdade com os aliados”.
Pendências
Uma dessas pendências é a busca do PT de emplacar Pimentel para o Senado e manter o nome para a vaga de vice - já ocupada pelo partido. Além de manter os cargos, os petistas querem também afastar a possibilidade de Cid apoiar Tasso.
Nelson não quis comentar a possibilidade de o PSDB participar de uma aliança com Cid. A presidente do partido, prefeita Luizianne Lins (PT), assim como a Executiva estadual já disseram que não vão aceitar acordo com tucanos.
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