Em resposta à tentativa de se instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa, para apurar supostas irregularidades na licitação das obras do estádio Castelão, o governador Cid Gomes (PSB) acusou a oposição de “maledicência”, provocada pelo período eleitoral. “Nós entramos numa reta de campanha. E a política, infelizmente, muitas vezes não quer nem saber o que é certo e o que é errado. Quer saber o que é contra e o que é a favor”. Cid falou durante evento de lançamento do Anuário do Ceará, no final da noite de anteontem.
Sem citar nomes, ele também criticou os que até bem pouco tempo eram de sua base aliada, mas que agora estão na oposição. “Porque é contra, então fala mal, inventa, faz injúria. Se é a favor, é tudo muito bom, não tem nenhum problema, é ótimo e tal”, disse, alegando que é preciso “evoluir”.
Há cerca de 20 dias, o PSDB rompeu com o Palácio Iracema, lançou o deputado Marcos Cals ao Governo do Estado, e agora ensaia dar corpo à CPI. A proposta partiu do deputado Heitor Férrer, cujo partido, o PDT, apoiará Cid na disputa pela reeleição.
O líder do PSDB na Assembleia, deputado João Jaime, chegou a dizer que a bancada tucana iria assinar o pedido de CPI, mas diante da resistência de alguns parlamentares mais ligados ao governador, o partido resolveu se reunir na segunda-feira para fechar questão.
São necessárias 12 assinaturas para a instalação da CPI. Com isso, o apoio da bancada do PSDB é fundamental, já que conta com 14 parlamentares. Até agora, além de Heitor, os tucanos Tomás Filho, Fernando Hugo e Cirilo Pimenta assinaram. Também aderiram os deputados Adahil Barreto e Vasques Landim, ambos do PR, do também candidato ao Governo Lúcio Alcântara.
A proposta de Heitor solicita investigações das informações publicadas na revista Veja, que aponta suposta irregularidade no processo licitatório para a parceria público-privada (PPP) para a reforma do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. A obra está orçada em R$ 486 milhões.
Cid afirmou ainda que não há nenhuma licitação no Brasil que esteja tão “acompanhada de perto” pela Justiça, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas como esta.
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