A deputada Mirian Sobreira (PSB) comunicou nesta terça-feira (22/03), em plenário, que apresentou projeto de indicação solicitando a criação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos municípios sedes das 21 microrregionais de saúde no Estado. “Como enfermeira acompanho há anos o sofrimento das pessoas que precisam de uma UTI. Sei como é grande a necessidade desse atendimento”, justificou.
Segundo ela, o Ministério da Saúde determinou que 6% a 10% dos leitos existentes devem ser de UTIs – um para cada 10 mil habitantes. Isso implica que o Estado deveria contar com 900 leitos desse tipo, mas só tem 602, conforme ela. “Os custos e a falta de profissionais vão ser sempre o gargalo para a criação de novos leitos”, lamentou. A deputada ressaltou que Pernambuco, com mesma população que o Ceará, possui 1.054 leitos de terapia intensiva.
A parlamentar afirmou que hospitais filantrópicos e privados têm leitos cadastrados como sendo de UTI, mas os custos para manter pacientes são altos. Ela observou, ainda, que os acidentes de trânsito, doenças como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o envelhecimento da população são alguns dos motivos que exigem esse tipo de leito.
Mirian Sobreira reclamou da grande demanda dos hospitais de Fortaleza e explicou que isso se deve à transferência de pacientes do Interior do Estado. Conforme ela, microrregionais como Iguatu, cidades da Região Metropolitana de Fortaleza, da Zona Norte, em Tianguá, e o Vale do Jaguaribe carecem de leitos de UTI.
Em aparte, o deputado Sérgio Aguiar (PSB) disse que a preocupação é pertinente, tendo em vista as dificuldades com o aumento da demanda vinda do Interior para Capital. O parlamentar chamou atenção para a defasagem de equipes do Programa Saúde da Família (PSF), que não têm a atenção básica devida. “Isso faz com que a demanda seja cada vez maior”.
O líder do Governo, deputado Antonio Carlos (PT) reforçou o discurso de Sérgio Aguiar. “Só em diminuir o deslocamento de algumas regiões para Fortaleza, já vai reduzir o sofrimento das pessoas. “Não tenho dúvida que em 18 meses teremos uma realidade diferente em relação aos problemas saúde”, disse, referindo-se ao tempo de conclusão das obras dos hospitais regionais.
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