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domingo, 7 de novembro de 2010

Cid defende nome de Aécio e divide PSB


O governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu ontem que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) firme um pacto entre os partidos da base aliada para levar o tucano Aécio Neves, eleito senador por Minas Gerais, à presidência do Senado. A proposta já havia sido feita por Cid na primeira entrevista que concedeu após reeleito, na noite de 3 de outubro, na TV O POVO. Ontem, ele reforçou a ideia, em Brasília. “Seria um belo aceno”, disse Cid. Mas setores do PSB não concordam.


“Não estou falando em cooptar a oposição, em trazer o DEM e o PSDB para o governo. Falo em fazer um pacto para que estruturas do poder possam ser compartilhadas”, disse.


A ideia se assemelha ao que fez o próprio governador, ao assumir o Executivo cearense em 2007. Na época, ele indicou secretários dos quadros do PSDB, casos de Bismarck Maia (Turismo) e Marcos Cals (Justiça), este último que acabou sendo seu adversário na disputa pelo Governo do Estado neste ano.


Cid fala em discutir propostas que a oposição tenha para o Brasil e incluí-las - em parte ou totalmente - no projeto governista. Em contrapartida, a oposição ajudaria a aprovar projetos de interesse do governo. “Oposição por oposição, sinceramente não acho que tem de ter isso, não. Nós temos de ter propostas para o Brasil”, defendeu. Para ele, existem vários tipos de oposição, a raivosa, a ideológica, e a bem-intencionada. “Oposição sempre existirá, mas tem de estar num patamar abaixo das preocupações fundamentais com o País”.


O governante do Ceará e outros governadores eleitos pelo PSB participam ontem de reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília, para fazer um balanço das eleições.


Lá, a ideia de Cid, contudo, não encontrou eco. “Essa é uma proposta que o Cid lançou, não foi o PSB que lançou. O partido não vai defender essa proposta”, disse o governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande.


“A posição não é do PSB, é algo que partiu do Cid. O partido não deve deliberar sobre isso durante esta reunião”, afirmou Wilson Martins, governador eleito do Piauí.


Já o governador reeleito de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos, foi cauteloso. Concordou com Cid ao defender o “descongestionamento” do debate político, mas ponderou que os partidos devem respeitar o princípio da proporcionalidade, ou seja: que os donos das maiores bancadas indiquem os presidentes da Câmara e do Senado.


“A nossa visão e a visão do PSB é que nós devemos sempre que pudermos respeitar a proporcionalidade. (...) Só deve ser rompida a proporcionalidade, se houver um acordo político”, disse Campos. (das agências)

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